ATENÇÃO: O texto a seguir contém spoilers!
Batman 127 começa com um pequeno retcon proposto por Zdarsky. Somos levados de volta ao final dos eventos da clássica história da Liga da justiça, Torre de Babel.
A equipe criativa, mesmo sem alterar nenhuma linha do que havia sido proposto na história original, acrescenta elementos da mitologia que foram criados em um momento posterior pelas mãos de Grant Morrison.
Zdarsky nos mostra que o plano de contingência do batman nunca foi a Liga da Justiça, mas sim o Batman de Zur-En-Arrh e é nesse momento que voltamos para o exato ponto que a edição anterior finalizou, com o retorno da versão bizarra do heróis , invocado por Bruce como aparente única forma de derrotar Failsafe.
Descobrimos então que Failsafe foi criado pelo Batman de Zur-En-Arrh como uma forma de derrotar o Batman Bruce Wayne caso ela saia do controle.
E aqui talvez pra mim seja um dos pontos mais altos do texto de Zdarsky. Quando Tim Drake questiona o Batman sobre qual seria a forma de derrotar o Failsafe, descobrimos que Zur-En-Arrh apagou essa memória para que um hipotético Batman que tivesse que ser parado não tivesse acesso à informação.
Claramente isso soa ridículo, e de fato é, de forma que Tim explicita esse pensamento ao dizer que é óbvio que Bruce criaria um plano de contingência que criaria um plano de contingência.
Aqui Zdarsky brinca um pouco não só com o lado paranóico do Homem Morcego, mas também com o quase mitológico conceito do “preparo”.
A edição segue então com uma sequência de ação nas quais a dupla dinâmica tenta sobrepujar as habilidades de Failsafe, porém sem sucesso.
Enquanto temos um Batman que atua até de maneira imprudente, Tim funciona como sua “âncora” de segurança, tentando impedir que Zur-En-Arrh morra no processo.
E essa função de ancoragem de Tim Drake aqui é trabalhada de uma maneira surpreendentemente respeitável.
Historicamente Tim Drake foi o personagem que salvou Batman de sua escalada agressiva após a morte de Jason Todd, servindo como o elemento que equilibrou a balança de Bruce.
Aqui busca resguardar a integridade física do corpo de Bruce que hospeda o Batman de Zur-En-Arrh, mas também serve como um farol emocional.
Quando Zur-En-Arrh se refere à Tim Drake como sendo um soldado, temor que Zdarsky já tinha re-introduzido desde a primeira edição do seu “run”, a personalidade de Bruce consegue interferir nas barreiras mentais que o trancam dentro de Zur-En-Arrh, ao dizer que Tim não é um soldado e sim seu filho.
Com isso Bruce retoma o controle e busca, novamente sem sucesso, derrotar seu plano de contingência.
A história finaliza com um gancho que agrada o fã mais criterioso dos roteiros de universo de heróis que sempre pergunta o motivo do não aparecimento de outros integrantes da Liga em acontecimentos locais.
Novamente toda essa história é deliciosamente empacotada pela arte Jorge Jimenez que consegue equilibrar conceitos como Batman de Zur-En-Arrh, Robôs Assassinos e Sabres de luz de uma maneira invejável.
Na verdade, o desenhista é absolutamente competente e consegue montar uma peça absolutamente coesa e muito agradável de ler.
O resultado final é de mais uma edição com ritmo intenso mas que consegue trabalhar os conceitos introduzidos anteriormente, seja pelo próprio autor ou por seus predecessores.
A introdução de elementos como Torre de Babel e o Batman de Zur-En-Arrh realmente me deixa curioso e ansioso para ver os rumos que essa equipe criativa vai seguir, então com toda certeza estaremos aqui mês que vem.
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