Há alguns dias eu estava lendo o Mangá Vagabond. E em meio à trocas de espadas, eu me peguei refletindo muito sobre a minha própria vida, aí que deu o estalo e me perguntei: O quanto o gibi influencia em nossas vidas?
Já parou para pensar nas camadas que tem o seu gibizinho favorito? E a mensagem que ele está tentando passar para você, leitor?
Às vezes é só uma troca de soco franca, mas na sua grande maioria ele está tentando falar outra coisa.
Por isso, nesta meia década eu comecei a achar ruim crossovers e esse tipo de conteúdo, “quem é mais forte: Goku ou a Mônica?”
É vazio resumir a história somente a poder e força bruta, nem One Punch-Man é só sobre luta.
E não é querer pagar de cult, não, eu estou anos luz de ser alguém cult, se você só curte isso, vai lá e viva feliz.
Mas voltando ao Vagabond, se eu fosse separar as camadas que eu vejo dessa obra como se fosse um bolo seria assim:
A cobertura é o que chama a atenção e é a premissa deste gibi, que conta a história da vida do maior samurai de todos os tempos, o Miyamoto Musashi, o invencível sob o sol.
Isso é suficiente para chamar a atenção de qualquer um, qual moleque não quer saber da história do maior espadachim que já pisou neste planeta?
Mas em seguida, quando você começa a ler o gibi e experimenta a massa, você vê que a história é mais que isso, é uma jornada, é sobre pessoas!
A troca de espada é o clímax dos capítulos, os duelos e tal, mas em volta disso a gente tem uma construção muito mais ampla de relação entre pessoas e como elas influenciam o seu futuro. Musashi precisa entender a si mesmo antes de derrotar inimigos grandiosos e você embarca nessa jornada de autoconhecimento que é contemplativa, chega a ser agoniante de tão lenta, mas extremamente necessária.
O legal é que depois que ele ganha seu autoconhecimento, precisa aprender sobre respeito, sobre quem é aquela pessoa que ele vai matar e como ela merece ser reconhecida mesmo antes da morte.
Então vamos para a terceira camada, aquele recheio entre as massas, que para mim foi a principal coisa que me atingiu, as consequências!
Toda ação tem uma reação, certo? Uma consequência, não tem nada de grandioso nisso.
Mas você já parou para pensar que seus atos têm consequências? E como uma coisa boba ou simples para você, pode ser a ruína para outros?
Eu viajei demais neste ponto, mas muito mesmo e comecei a refletir sobre as coisas boas e ruins que eu já fiz na minha vida.
Chega um certo ponto do mangá que Musashi não quer mais lutar, ele não quer mais entrar em conflito, ele só quer viver em paz, ele entende que por mais que ele seja o maior samurai de todos os tempos, respeitado pela sociedade, temido pelo seus inimigos, sempre que ele tira uma vida ele não mata apenas uma pessoa, ele mata um pai, um marido e toda uma família!
Aquelas famílias nunca mais serão as mesmas, porque ele matou um membro dela e as traumatizou, acabou com o sustento de uma casa, eliminou um filho que a mãe jamais poderá abraçar novamente.
Independente de heróis e vilões, somos protagonistas de nossas próprias histórias, e como Cobra Kai mostrou, o herói é só uma perspectiva.
Neste tipo de história não costumamos ter empatia pelo oponente do protagonista, porque já o tachamos como vilão, mas se refletir por um segundo, não existe herói….
Refletir sobre isso, sobre as ações de minha própria vida, foi muito profundo, o sentimento de culpa fica muito grande, pense em um término ruim, o quanto você pode ter machucado aquela pessoa para sempre, a briga com um pai que nunca mais vai voltar e você perdeu a oportunidade de ter boas memórias com aquela pessoa, será que o conflito vale a pena?
Foi uma das coisas que aprendi com vagabond. A segunda foi, SEJA GENTIL, em um certo momento, Musashi, que está dando aula de espada para alguns moradores locais ali, é bem acolhido pelas pessoas e ele diz “vocês são fortes, porque são gentis”.
Cara, isso cravou na minha alma, porque amamos o Superman, porque ele é gentil, é extremamente difícil ser moralmente bom o tempo todo e por isso esses personagens são difíceis de se escrever, então, imagina na vida real! Hoje eu tento ser o mais gentil possível, no dia a dia e é uma luta muito difícil, mas eu prefiro envelhecer tentando, do que achar que isso é bobagem.
Tô lendo Vinland Saga, que também tem uma premissa parecida com Vagabond, é muito interessante ambos os mangás, no Vinland fala sobre lutar pela paz, e que guerras só gera destruição, e se for lutar, lute pra defender quem você ama, não ficar nessa guerrinha sem sentido.
Oi, eu mesmo sou quadrinista e escritor… até tenho alguns projetos de “crossovers” com pessoas reais e personagens de outros autores e empresas!
Agora, tenho aprendido a ser bem menos impetuoso e precipitado com situações complicadas e inesperadas neste mundo e nesta vida… também a ter bem mais determinação, força de vontade e resistência!
E, dentro de outro subtópico, aprendido a compor novas narrativas de comédia dramática/comédia pastelão/comédia maluca… tenho adquirido uma vasta experiência com trabalhos de comédia!
Ah, sim: tenho lido material provindo do Brasil e de muitos outros países também… até que posso citar meus favoritos se for o caso, alguns feitos por amigos meus por sinal… mas acho que, a maior parte, você mesmo nunca ouviu falar até hoje! Quer que cite de igual modo?
E parabéns por tão notória e sublime matéria! Viu só?
P.S.: Fiz alguns vídeos para meu canal do YouTube dos “crossovers” da “Turma da Mônica” com o “Menino Maluquinho”, o “Garfield” e o Cartoon Network… quer dar uma olhada? Pense aí então! Firmeza e tranquilidade?
Cara eu não sei se vc é jornalista. Mas esse texto tá bem ruim, pq vc não enfatiza um argumento e enche de camadas “referênciais” de outras obras. Qual é a proposta do seu texto, pois não fica muito claro.