Franquias que misturavam ficção científica e terror foram muito populares nas décadas de 1970, 80 e 90, época em que o sci-fi estava em alta dentro e fora da cultura pop. Algumas delas sobrevivem até hoje. Apesar de não ser a primeira, Alien, o oitavo passageiro é o mais popular do gênero. Muitas tentaram se reinventar, sem sucesso, dando ênfase a abordagens que introduzem novos elementos a fim de expandir a marca. Entretanto, em um universo onde reina a nostalgia, o retorno às origens é garantia de sucesso na maioria das vezes (ou não!).
Nestes casos, a questão não se refere à qualidade, mas sim entregar aquilo que o espectador quer ver, correto? Não, necessariamente! Muitas franquias, que perduram até hoje, tentaram surfar na onda dos revivals fazendo retcons ou reformulações. Posso citar aqui a franquia ointentista de sci-fi muito popular no mundo, que não mescla o terror, O exterminador do futuro, que, depois de quatro sequencias de relativo sucesso, conseguiu errar as duas vezes em que tentou rebutar seu universo (Genesis e Destino Sombrio). A franquia Alien, por sua vez, ainda se mantém experimentando novos rumos de expansão da franquia. Mesmo que Prometheus e Covenant não sejam unânimes, as tentativas em explorar as origens – sem reiniciá-lo — desse rico e vasto universo ainda se mantém.
Já a franquia Predador não teve a mesma sorte. Ou melhor… teve! Depois de três filmes (Predador 1 e 2, e Predadores) e dois spin-offs não-canônicos (Aliens vs Predador 1 e 2), houve uma tentativa, malsucedida, de recomeçar a história da franquia. O Predador (2018) foi “surrado” por todos os lados: críticos, fãs, espectadores casuais, animais de estimação, donas(os) de casa etc., obrigando a produtora a repensar os novos rumos da franquia (ou encerrá-la). Por sorte, não foi o que ocorreu. O filme de 2022 foi um tremendo sucesso de público e crítica. Recebendo notas muito acima da média pela crítica especializada (críticos, produtores de conteúdo, cinéfilos etc.) antes mesmo da estreia.
Longe de ser perfeito, ele agrada tanto a nostálgicos, que esperavam encontrar um filme tão bom quanto o primeiro, quanto aos espectadores casuais, que estão em busca de uma experiência positiva, apenas. A escolha pela locação e o retorno ao passado – longe de ser um retcon –, mostraram-se acertados, já que a experiência nas HQs (que explora um plot semelhante) foi bastante positiva também. Outro ponto muito marcante foi a interação entre a protagonista e seu rival (alienígena), mostrando dois “jovens” caçadores tribais em processo de iniciação na passagem para a vida adulta, no caso da guerreira Comanche, e o respeito dos veteranos.
A questão do gênero foi algo bastante marcante e até relevante para o sucesso do filme. Sempre que produtoras tentavam mudar o sexo dos protagonistas de alguma franquia já estabelecida, o hate por parte dos fãs era muito grande nas redes sociais. Tanto que o fracasso do filme já era aguardado por muitos destes simplesmente por ser protagonizado por uma mulher indígena. Mesmo que já tenham ocorrido participações anteriores de mulheres na franquia com os dois spin-offs e o terceiro filme, o protagonismo feminino nunca foi tão marcante quanto agora. Felizmente, foi um sucesso! A escolha mostrou acertada por grande parte dos expectadores. O cuidado com a questão “tecnológica” presente na história também é digna de nota. Nos acostumamos a ver o predador sempre da mesma maneira, apenas com algumas pequenas alterações na aparência, mas não tanto quanto aos equipamentos. A troca dos feixes de laser pelos dardos (não tão devastadores, mas igualmente mortais) foi bastante fortuita, mostrando que até aliens, aparentemente futuristas, evoluem com o tempo.
A popularidade, mesmo que momentânea, que a franquia usufrui permitirá que outras frentes também recebam mais investimento e divulgação, fazendo com que os quadrinhos, ainda inéditos por aqui, recebam mais atenção e mais colecionáveis sejam lançados.
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