Mais uma vez trazendo uma obra de Jeff Lemire, por quê? Porque aqui a gente aprecia um drama, e ele apresenta isso como ninguém. Mazebook, como o próprio nome já diz, apresenta um labirinto de emoções, e na mesma pegada de Royal de City e Soldador Subaquático, quem já leu também vai se identificar.
Escrita em 5 partes, Maze Book saiu pelo cavalinho dos quadrinhos, Dark Horse Comics, encerrou sua trajetória neste ano, em janeiro de 2022. E só então as pistas desse labirinto finalmente fizeram sentido. Esse mês faz um ano da primeira publicação.
Aqui, vemos a história de Will, um homem que não consegue superar o “desaparecimento” de sua filha Wendy, quase dez anos se passaram e só então as pistas para percorrer e chegar ao centro desse labirinto vem à tona. Se você é um pai ou uma mãe, o sentimento que essa história passa inicialmente é desolador, afinal, o que pode ser pior do que perder um filho?
Will, vive num eterno estado de piloto automático, todos os rostos não significam nada, não mais. Em um eterno looping entre realidade e o irreal, onde nada parece real e onde tudo parece possível, ele precisa vencer o minotauro, desistir, ou seguir em frente.
Essa não é uma história com um final feliz, não é uma história que entrega aquilo que você deseja ver, mas uma história sobre superação, sobre seguir em frente, e a página, cada linha, que Lemire vai te guiando, te fazendo enxergar isso, é dolorido.
Como eu disse: “Essa não é uma história com um final feliz, é uma história de superação”, e superar dói, superar uma perda, o encerramento de ciclo, um luto, é a coisa mais difícil que podemos fazer em nossas vidas, mas é o único caminho possível, se você quiser seguir frente, recomeçar.
Eu admito que até aqui minha relação com Jeff (Íntimos, né mores?) ficou fragilizada, ele me fez derramar uma lágrima para cada linha dos 5 volumes de Mazebook, e percorrer junto com a história cada nuance desse labirinto… pois, no momento em que você se depara com essas páginas, se você é um pai ou uma mãe, é impossível não ter empatia pela dor de Will, e sentir algo tão próximo dessa angústia.
Lemire caminha muito bem por esse terreno, um homem que veio de uma cidade pequena, mas com grandes conceitos do que é uma família e uma relação familiar. Hoje ele tem sua própria família e filhos, e provavelmente venham daí essas histórias tão bem construídas nesse cenário, que sempre mostram os traumas e arrependimentos de uma relação mau construída, das coisas não ditas, do perdão que não veio a tempo, e até mesmo as dores da perda e de como é difícil seguir em frente sem deixar que o passado se torne algo tão presente na sua vida que te impeça de ver o que está na sua frente agora.
Se você acompanha os trabalhos autorais de Jeff Lemire, vai encontrar essa particularidade que citei em Condado de Essex, Soldador Subaquático, Royal City e agora em Mazebook, mas aqui de uma forma ainda mais profunda, isso eu posso lhes garantir.
“Talvez a resposta estivesse bem na frente dos seus olhos o tempo todo”
Então, continuamos seguindo essas pistas e sempre aguardando os próximos trabalhos do nosso autor Canadence preferido, que em breve trarei resenhas de suas obras mais atuais.
Ah, um adendo! A quem interessar, uma versão que compila todos os 5 volumes já foi publicado esse ano. É uma ótima oportunidade de ler essa obra por inteiro, espero que curtam.
Vejo vocês por aí! Até a próxima! Fiquem com o trailer de Mazebook, que saiu pelo canal oficial da Dark Horse Comics
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