A CCXP 2022 (Comic Con Experience), é um evento de proporção internacional, o maior evento de cultura pop do Brasil. Um dos maiores atrativos desse evento é a oportunidade de conhecer personalidades nacionais e internacionais, nossos maiores ídolos em um só lugar.
O evento, sendo muito diverso, possibilita o fã acesso não apenas aos artistas dos quadrinhos, mas aos principais ídolos das séries e filmes do momento, proporcionando experiências imersivas, que fazem a mágica acontecer.
Sabemos que participar de um evento da magnitude da Comic Con Experience (CCXP) proporciona múltiplos sentimentos em seus participantes, a oportunidade de estar em “casa”, isto é, no meio dos seus, onde todos são iguais. Aqui, não mais somos esquisitões, pessoas diferentes aficionadas por quadrinhos, filmes, e cosplays, aqui temos uma só essência.
Após o difícil momento vivenciado por todos nessa pandemia, até poucos meses atrás, ainda estávamos receosos, com medo de que todas as expectativas fossem frustradas por uma nova onda, e um novo isolamento social fosse estabelecido. Mas, com sorte, nada disso ocorreu, que bom! Todos estavam precisando presenciar essa energia.
Tendo em vista que esse foi um momento tão especial, resolvemos coletar depoimentos com a essência de toda essa emoção vivenciada no evento, o lado real da CCXP, e os sentimentos mais sinceros de quem participou desse evento.
Veja os depoimentos de quem vivenciou essa emoção
Germana Viana – Quadrinista
Ah…voltar a participar de uma CCXP presencial… A loucura empolgante dos preparativos, a alegria, a certeza de reencontrar amigos e o medo! Sim, não se engane, não importa quantas CCXP você tenha participado, seja como convidade ou não, se você estiver no Artists’ Valley você vai sentir medo! Medo da gráfica esculhambar a impressão ou entrega do seu lançamento, medo de acontecer alguma coisa e você ter que faltar, medo de ninguém parar na sua mesa… e este ano ainda teve um medo novo depois desse tempo que fomos obrigados a parar: será que ainda sei falar com as pessoas? Mas não é de hoje que medo pra mim é combustível, eu era (era, fia?) uma daquelas crianças que ia em brinquedo “perigoso” em parque de diversão e em vez de gritar, gargalhava (tá, ainda faço isso) e CCXP foi além do que eu esperava, compartilhei mesa com duas das minhas pessoas favoritas nesse mundo, reencontrei amigues e amores, chorei, ri e vendi muito dos meus gibis num ano que achava que as vendas seriam baixas por conta do país estar destruído depois dos quatro anos desse desgoverno que tivemos. E voltei, como acontece em toda CCXP, cheia de vontade de produzir coisas novas!Conheça mais sobre o trabalho de Germana AQUI
Dani Marino – Quadrinista e pesquisadora de quadrinhos
Já participei da CCXP em diversas modalidades: como público, como convidada de estande e como imprensa. Nesse ano foi a primeira vez que, além de imprensa, fui convidada da CCXP como pesquisadora de quadrinhos. Então, o evento teve significado especial por dois motivos: 1° pelos reencontros pós-pandêmicos, aquela sensação boa de ver quem a gente gosta ao vivo; 2° porque ser reconhecida pelo meu trabalho nos corredores e receber o carinho das pessoas é algo muito gostoso. Acho que "épica " descreve bem o que foi a CCXP pra mim.Conheça mais sobre o trabalho de Dani AQUI
Helena Cunha – Quadrinista
A CCXP foi bem legal. Eu nunca tinha ido e, por mais que soubesse que seria enorme, quando cheguei lá fiquei bem impactada, era ainda maior do que eu imaginava. Foi uma sensação muito legal estar ali no meio de tantos artistas que eu admiro e praticamente vivendo quadrinhos por 5 dias. Evento cansa, mas é bom demais. Nos primeiros dias eu achei as vendas um pouco abaixo do esperado, pelo que me falaram das edições anteriores. Muitas pessoas que conversei relataram o mesmo. Acho que faz sentido pelo momento que estamos vivendo e o empobrecimento das pessoas de modo geral, fora que a impressão do nosso material ficou muito mais cara. No domingo minhas vendas dispararam. Foi o dia que eu mais vendi meus livros, o que sempre me deixa muito feliz. Saí de lá com uma pilha enorme de quadrinhos e muita vontade de contar mais histórias.Conheça mais sobre o trabalho de Helena AQUI
A CCXP esse ano foi bem interessante, tive a oportunidade de ver pessoas que admiro e trocar uma ideia :) É um evento mais cansativo do que eu lembrava, principalmente depois de 2 anos sem ter feiras, sempre dá um baque retornar pra um evento tão grande onde acontecem tantas coisas hehe mas sempre vale a pena, fazer conexões é o que faz a coisa toda valer a pena.Confira mais sobre o trabalho de Jéssica AQUI
Isaque Sagara – Quadrinista
Primeiro é importante destacar que foi a primeira vez que participei do evento como artista. E estive no melhor dos mundos, pois fui como convidado, por ter participado da primeira edição do projeto Narrativas periféricas que ocorreu em 2019/2020 pela editora Mino em parceria com a Perifacon e a ChiaroScuro Studios.Pude reencontrar e conhecer novos artistas. Pela manhã, me habituei a conversar com os quadrinistas e ilustradores no intervalo de tempo em que nos preparávamos para a abertura dos portões. O artist’s valley estava gigantesco, realmente era o "coração do evento", havia um palco no centro em que ocorria "batalhas de artistas" e isso foi bem legal. (O barulho talvez, tenha sido um problema). Participei com uma figurinha no álbum para do evento, nos primeiros dias gostei da experiência, já que atraía para a mesa pessoas que ainda não conheciam meus trabalhos, mas no sábado e no domingo, foi péssimo, algumas pessoas apenas chegavam abruptamente (cortando a conversa) dizendo a famosa pergunta que ficará ecoando em minha mente "tem figurinha?"; e então, com a figurinha em mãos, viravam e iam embora sem sequer olhar o trabalho exposto. Isso, para mim, não foi um problema do álbum, mas do comportamento do público mesmo. Fui convidado para uma entrevista no palco do Omelete em que tive o privilégio de anunciar uma nova HQ que sairá pela editora Mino.Em resumo foi uma experiência cansativa, marcante; em outras palavras: Épica.Confira mais sobre o trabalho de Isaque AQUI
Tom Gomes – Quadrinista
"Essa foi sem dúvida, para mim, uma das melhores edições da CCXP. Marcada pelo reencontro com velhos amigos, após anos separados pelo hiato da pandemia. Foi muito gratificante ver tanta gente criativa reunida, e a diversidade na produção de quadrinhos independentes do Brasil. Foi tão agitado que eu não consegui registrar os encontros com um monte de gente, mas tenho certeza que em 2023 nos encontraremos novamente."Confira mais sobre o trabalho de Tom AQUI
Daniel Sousa – Quadrinista
Ainda um tanto cansado pelos 5 dias de evento, o que fica da CCXP é justamente a alegria. 3 anos depois da última edição presencial em 2019, e já com uma boa noção do que nos aguardava com o retorno do FIQ em Agosto deste ano, a CCXP 22 voltou com tudo e bastaram algumas horas de Alley para que todos os artistas se sentissem em casa novamente.Devidamente instalado na mesa A14 do Artists' Valley com meu parceiro de evento Digo Freitas , tivemos contato com uma grande quantidade de público, que ia do ávido leitor de quadrinhos independentes à gente que nunca tinha lido uma HQ na vida. Apesar do grande movimento, sentimos na pele o quanto o poder aquisitivo do público foi afetado pelos 4 últimos anos. A CCXP definitivamente não é um evento barato, e é claro que seria uma tolice tremenda tentar medir a situação econômica do Brasil pelo poder de compra de uma parcela ínfima e privilegiada da população, mas o fato é que para os padrões da CCXP o pessoal realmente segurou os gastos. O que não quer dizer que o evento não foi um sucesso, vale dizer: Foi o segundo evento em que mais vendi, só perdendo para a edição de 2019. Dos 8 títulos que consegui levar ao evento 4 esgotaram ainda no terceiro dia, enquanto de outros 2 sobraram literalmente uma dúzia. Participar como artista no Alley é uma experiência diferente de visitar o evento: São poucas as chances de sair da mesa a não ser para comer e usar o banheiro, então como acontece desde 2018 - ano em que comecei a publicar e já estava com mesa entre os expositores - pouco pude ver do resto do evento mas a qualidade do Alley permanece a mesma. Nos (raros) momentos em que não estava atendendo um leitor pude observar o Mark Waid à minha frente assinando para uma horda de fãs por 4 dias, conheci leitores com quem já tive um primeiro contato online depois de quase 3 anos de pandemia, reencontrei velhos amigos e também um monte de gente disposta a conhecer o meu trabalho pela primeira vez, e não confirmo nem nego que houveram alguns convites bem bacanas para projetos num futuro próximo! Foi especialmente incrível conhecer gente com quem eu mantive contato apenas pelas redes sociais nos últimos anos. Ao final desses 5 dias, fica a sensação de missão cumprida, a garganta rouca de tanto conversar com o público e a ansiedade de precisar aguardar um ano (mas pelo menos desta vez é apenas um ano) para a próxima edição!Confira mais sobre o trabalho de Daniel AQUI
Como pudemos ver, o evento causou diversas impressões em seus participantes, ainda que sejam dias cansativos e de muito trabalho, e que também alguns percalços tenham ocorrido no caminho, no final, o sentimento é de satisfação e realização é unânime.
Nossa equipe também registrou esses momentos, e compartilhou conosco como foi estar novamente neste evento, curtir, conhecer seus ídolos e rever os amigos. Mas, para que essa postagem não fique absurdamente grande, dividi em duas partes. Confira na parte 2 desta postagem! 😉