O que Frank Miller, Jeph Loeb e Ed Brubaker têm em comum? Todos foram responsáveis por escrever arcos amplamente aclamados tanto pelo Demolidor, quanto pelo Batman.
Agora é a vez de Chip Zdarsky, após uma premiada passagem pelo “Atrevido” da Cozinha do Inferno, assumir a revista regular do cruzado encapuzado e tentar adentrar nesse seleto grupo de escritores.
Merecidamente tratado como um dos maiores roteiristas da atualidade, Zdarsky se alia ao Superstar Jorge Jimenez e promete não ter um projeto longo para o homem morcego como prometeu apresentar aos leitores o Apocalypse do Batman.
Sabemos que a indústria precisa desse tipo de hype para se movimentar, mas o que efetivamente podemos esperar dessa nova equipe criativa?
Com base no preview da edição nº125 da revista “Batman” já podemos ter um vislumbre do que essa fase nos irá proporcionar.
Logo de cara podemos ver que os impactos psicológicos dos últimos anos de publicação não estão sendo desconsiderados. Podemos ver um Bruce Wayne que, em que pese todos os anos de treinamento, não consegue controlar seus pesadelos sobre a perda de membros da bat-família pelas mãos dos 3 Coringas.
O mesmo Bruce Wayne, também se questiona quais são os papéis de poder e dinheiro em Gotham e se alguém que fez os mesmo votos que ele pode alcançar a felicidade, tema que foi bem abordado por Tom King em sua passagem.
Porém, ao contrário do caminho adotado por King no início de seu run, no qual somos tirados da zona de conforto com a introdução de Gotham e Gotham Girl e uma viagem suicida à Santa Prisca, Zdarsky nos faz sentir em casa, temos Batman atuando em seu antigo estilo vigilante, atravessando janelas, interrogando suspeitos, pendurando criminosos por cordas e coordenando operações com Tim Drake para desmantelar planos de antigos vilões.
Parte dessa sensação de familiaridade vem de um elemento central que não foi incluído no parágrafo anterior sem motivos. Tim Drake, o 3º Robin.
Tim e Bruce, em um período pré-flashpoint, apresentavam uma dinâmica de dualidade e simetria. Bruce buscava transformar Tim em uma versão melhor e mais brilhante do combatente que o Batman é, ao passo que, Tim figurava como luz guia que impedia Bruce de imergir completamente na escuridão de seu trauma e missão. Dinâmica essa que, ao menos em parte, parece estar de volta.
Mas claro que Zdarsky colocaria também seus próprios traços na história. Rapidamente podemos verificar pinceladas de críticas sociais, questionamentos sobre aristocracia, fortuna e política, sendo Gotham definida como uma cidade que “quer morrer”.
Gotham é uma grande caixa de ferramentas a ser explorada por aqueles que aceitam o desafio de desvendá-la, com todas suas complexidades, incongruências, desigualdades e conflitos. Gotham é um personagem e o sucesso de um escritor ao tentar capitanear uma série do Batman está na capacidade de entender essa complexa relação que existe entre homem, mito e cidade.
Quem leu sua fase do Demolidor, sabe como o roteirista consegue ressaltar as incongruências e questionar não só o Status Quo dos heróis mas como suas concepções de heroísmo, moral e justiça. Perspectiva narrativa que tem um potencial sem limites na sombra e, nas palavras do escritor, suicida Gotham City.
O Batman de Zdarsky é como uma volta para casa depois de uma longa viagem. E por mais que a viagem tenha sido especial, repleta de momentos nunca antes visto, não existe nada mais recompensador do que voltar para o local que conhecemos tão bem e em tão boa companhia.
O Review
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Os cara estão tentando me fazer gosta do Batman….